Capítulo
do livro "Petrobrás, esse patrimônio é nosso." de Euzébio
Rocha. .
Nova
partilha das regiões de petróleo
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- Euzébio Rocha -
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O Oriente Médio dispões de 2/3 das reservas petrolíferas
do mundo. Durante anos, o acesso dos países industrializados a essas
fontes de energia foi tranqüilo em quantidade e em preço. Em
1960, o preço do barril de petróleo era de 70,8 cents.
Um fato novo alterou estas relações: o uso do petróleo
como arma política, por meio de embargos para pressionar aliados
de Israel, principalmente os Estados Unidos. A denominada "crise de energia"
ganhava um elemento com enorme poder explosivo. Já não se
tratava apenas de preços, mas da possibilidade de estrangulamento
do mundo industrial. Estado Unidos, Europa e o Japão, para se abastecerem
regularmente dependem de relações normais com esta área.
Em resposta à política árabe, Kissinger, em nome dos
interesses americanos, em Novembro de 1974, sem guerra ou alerta geral,
enviava uma força-tarefa norte-americana, liderada pelo porta-aviões
atômico "Constellation" ao Golfo Pérsico. Eram manobras de
intimidação. É crescente a dependência dos Estados
Unidos em relação às fontes externas de matérias-primas.
Em 1989, os EUA importaram uma média de 7 milhões de barris
de petróleo por dia com o que despenderam 49 bilhões de dólares,
o que representou mais da metade do seu déficit na balança
comercial.
De nada adianta, em trabalho desta natureza, aprofundar o exame entre alianças
e confrontos entre os países do Golfo Pérsico e as potências
industriais. É uma ciranda que tem variado. O Irã já
foi aliado dos Estados Unidos. O âmago da questão é
o choque de interesses conflitantes das áreas desenvolvidas com
as áreas subdesenvolvidas.
Os países centrais, em nome da sua hegemonia tradicional, continuarão
a intervir direta ou indiretamente nos países produtores de matéria-prima?
Ou reconhecerão a necessidade de negociar relações
mais justas e mais cooperativas? Na objetividade destas perguntas está
a chave de situações precipitadas pelo petróleo, cuja
força como arma política faz tremer o mundo.