Petróleo é benção, é progresso para os países que dominam e controlam as atividades petrolíferas. Entretanto, para os povos que só dispunham de reservas de petróleo, tão terrível foi a opressão destes grupos econômicos que Calles, presidente mexicano, disse ao general Henrique Mosconi:
Toda a agitação e revoluções, por anos a fio,
naquele país, foram desencadeadas pelos trustes de petróleo,
porque em 1935, o México adotou medidas nacionalistas. Para os países
sem tecnologia, o petróleo debaixo da terra ou na mão dos
trustes não traz benefício a povo nenhum.
O tirano da Venezuela, Juan Vicente Gomes, entregou as reservas de petróleo
à Royal Dutch. Apoiado pela empresa estrangeira, por 35 anos, oprimiu
seu povo que por todo esse tempo continuou faminto, analfabeto, marginalizado
e sofrido, enquanto o país se eleva a terceiro maior produtor de
petróleo do mundo. Para todos os países da América
Latina, o petróleo foi a mais terrível das maldições.
Exceção do Brasil, porque o Presidente Getúlio Vargas
baixou o Decreto-Lei número 395 de 29 de abril do mesmo ano, criou
o Conselho Nacional do Petróleo, dirigido pelo eminente general
Horta Barbosa, a quem tanto o Brasil deve pela sua ação patriótica
em relação à nossa principal riqueza.
Outras reações nacionalistas se deram. Mossadegh, em 1951,
nacionalizou a Anglo Iranian e pagou com a vida o querer o seu país
livre, o Irã. Nem diferente foi o destino de Kassem ao reagir contra
os trustes no Iraque. Os árabes guardaram o fracasso destas lideranças.
Adoratam uma política moderada por muito tempo.