“Lute pela floresta..., queime um brasileiro”. Essa frase está em um adesivo, que pode ser visto em pára-brisas de automóveis na Inglaterra e nos Estados Unidos. O adesivo é impresso por uma tal de Instant Gifts and Card Co. of England, como afirmou recentemente Fritz Utzeri, diretor de redação do Jornal do Brasil, neste mesmo jornal.
Você sabia que surgiu no exterior um tal de “Governo da República Socialista Ianomâmi”? Tem como presidente um cidadão americano, Mr. Charles Dunbar, nascido em Conneticut e “naturalizado” ianomâmi. O vice-presidente é alemão, os ministros pertencem a várias nacionalidades e possui até um “parlamento”. Faz parte do governo um índio, Akatoa, supostamente de origem ianomâmi. Veja na íntegra.
Novo Código Florestal. A bancada ruralista (representante dos interesses de grandes proprietários de terras) tem agilizado no congresso a idéia de mudanças no código florestal brasileiro, principalmente no tocante à Amazônia. A imprensa, principalmente televisiva, mais que prontamente atacou com furor. É preciso cautela ao avaliar a questão. O que os ruralistas propõe é excessivo, pois reduz em muito a região protegida por lei, pondo em perigo o ecossistema amazônico. Porém, boa parte da imprensa igualmente "entrou de sola", provavelmente devido a um certo comprometimento com a idéia estrangeira de intocabilidade dos recursos da região. Tanto uma grande e desenfreada liberalização da exploração quanto a idéia de total intocabilidade da Amazônia são projetos extremistas e que nada trazem de benéfico para o país. Seria necessário avaliar um meio termo ou, pelo menos, aplicar de forma mais eficiente o atual código florestal.
Nas semanas em que trabalhou em cima das denúncia Nicéa Pitta, a Rede globo colocou no ar acusações a vários políticos, entre eles Antônio Carlos Magalhães, o que é quase inacreditável, considerando o eterno romance de Roberto Marinho e ACM (amor platônico ou financeiro?). A Rede Globo raramente dá ponto sem nó. Algum obscuro motivo envolveu a operação. Talvez uma reafirmação do poder da emissora. Em pouco tempo já não se houviu mais falar na Rede Globo sobre as acusações a ACM, a não ser as suas defesas. A única coisa de concreta até agora, como normalmente acontece nesses casos, é que o peixe pequeno (não é pequeno? Que seja, o menor entre os grandes), Celso Pitta, está correndo o risco de dançar. Foi pouco. É preciso dar um basta nessa impunidade absurda.
Nos últimos meses, muitos parlamentares, prefeitos, governadores, entre outros ocupantes de cargos públicos têm se empenhado em emperrar a lei de responsabilidade fiscal. A lei consiste basicamente no seguinte: - nenhum governante poderá assumir dívidas que o governo não possa pagar; - exigirá que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário gastem com pessoal no máximo 60% do seu Orçamento nos âmbitos estadual e municipal e 50% no âmbito da União; - exigirá que os governantes prestem contas à população (não apenas aos tribunais de contas) sobre o que fizeram com o dinheiro público. Nada mais lógico do que isso. É preciso observar quais os políticos que acham que essas obrigações podem prejudicá-los, e pensar bem se eles merecem ou não o seu voto.
Algumas curiosidades sobre as indústrias petrolíferas mundo afora: - Das 20 maiores, 11 são estatais; - Das 50 maiores, 29 são estatais. (Será que é válido o argumento de que estamos errados e atrasados mantendo o modelo estatal para o petróleo?) E algumas curiosidades sobre a Petrobrás: - É a 14.ª no ranking das maiores; - 8.ª em lucro líquido; - 9.ª em capacidade de refino. * Dados da Petroleum Inteligency, organização que acompanha a indústria petrolífera internacional.
O governo finalmente demonstrou suas reais intenções para a Petrobrás. Anunciou que planeja vender 31,7% do capital votante da empresa, aqui e no exterior. Esse definitivamente seria o primeiro passo para a privatização. O que se percebe é a idéia de dividí-la aos poucos, reduzindo sua participação e capacidade. E o mais absurdo, o presidente anunciou que essas ações serão vendidas por algo em torno de 7 bilhões de dólares. Ao que tudo indica, planeja-se uma privatização como a da Vale do Rio Doce, quase uma doação. Não seria necessário mais do que um grande campo de prospecção da Petrobrás para superar várias vezes esse valor em perspectiva de faturamento a médio prazo. Tentar se desfazer da Petrobrás ou dificultar seu desenvolvimento e crescimento é um grave erro, que pode comprometer seriamente o futuro do Brasil. (fonte: entrevista do presidente do BNDES, Andrea Calabi) Obs: 7 bilhões de dólares é menos que os juros mensais da dívida externa.
Política partidária versus liberdade de expressão dos filiados. Bastou que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) se manifestasse contra a idéia do governo de privatizar a Petrobrás para que a cúpula do PSDB anunciasse a intenção de expulsá-lo do partido. E alguns ainda querem fazer crer que não há lobby e corporativismo nos partidos políticos. Esse modelo, que tenta obrigar os filiados de um determinado partido a apresentar opiniões pessoais similares à idéia da cúpula, é extremamente nocivo à democracia e só contribui para a manutenção desse sistema político viciado que temos hoje no Brasil.
As remessas de lucros das multinacionais para suas matrizes no exterior, no início da década de 90, eram de 700 milhões de dólares. Com o começo da abertura do governo Collor, passaram de 2,4 bilhões, sendo esse o valor inicial do governo FHC. Em 1997, já haviam chegado a 7 bilhões de dólares. Assustador. Mais assustador ainda é pensar em quanto está hoje esse valor e como estará no fim do mandato de FHC, considerando a atual política econômica. (fonte: Banco Central)
Estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o país despencou do 26º para 67º lugar no ranking dos países que exportam bens manufaturados, e revelou que a participação das exportações brasileiras para os países que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico desabaram de 0,57% para 0,39%. Veja na íntegra
Uma pequena curiosidade: nos últimos quatro anos mais de mil empresas brasileiras de porte foram fechadas ou adquiridas por grupos estrangeiros. (fonte: CNI)
Narcotráfico - Cresce a pressão norte-americana sobre o governo brasileiro no que diz respeito ao combate ao narcotráfico. O governo americano quer controlar os procedimentos brasileiros. Um dos pontos mais frisados, é a vontade americana de que o Brasil empregue as forças armadas no combate ao tráfico de drogas. As F.A. resistem à idéias. Afinal, é ilógico o envolvimento direto. As forças armadas não são preparadas para operações policiais, e devido ao baixo salário da tropa, só iria propiciar o surgimento de corrupção, devido ao contato direto dos homens com o poder financeiro dos narcotraficantes. Isto já foi testado e reprovado em vários países. Agora, apoiar as forças policiais com meios e serviço de inteligência (o que já é feito), aí começa a fazer sentido. Melhorar a capacidade de nossa polícia, em especial a Federal, certamente surtiria mais efeito.
Leilão da CESP - Estavam participando do leilão uma empresa americana (AES) e um forte consórcio nacional (Votorantin, Camargo Corrêa e Bradesco). O governo havia anunciado que o BNDES só participaria se fosse financiando empresas e grupos nacionais. Mas bastou uma ligação do secretário do comércio americano, Willian Daley e FH ordenou ao BNDES a liberação de US$ 360 millhões para a AES. Isso viabilizou a compra da empresa pelos americanos. Ao saber do absurdo, abismado, Antônio Ermírio de Moraes, líder do grupo Votorantin, se retirou da disputa e desabafou: "Do jeito que está não vai sobrar uma empresa nacional para contar a história!" (Vinculado em grandes jornais de circulação)
Para aqueles que acham que o conflito em Kosovo acabou. Se a etnia albanesa agora parou de ser atacada, não pode-se dizer o mesmo dos sérvios que moram na região, que têm sofrido violências semelhantes às denunciadas outrora pelos albaneses. O ELK (alguns o chamam "maldosamente" de ELK/CIA) tem promovido ataques freqüentes contra a população sérvia, que foge em peso para a região de controle russo. Recentemente, por exemplo, uma caravana com 155 sérvios foi atacada pelo ELK. Os bandoleiros assaltaram as famílias e depois atearam fogo em todos os veículos. Dezenas de pessoas ficaram feridas e algumas estão desaparecidas. O comboio era escoltado pela KFor, que não impediu a ação. (Dados: Serbian Info) O ELK, antes da intervenção, era classificado como terrorista (pela própria CIA), e especialistas mais lúcidos sempre afirmaram que a repressão sérvia na região só se deu por causa das violentíssimas ações deste grupo contra os sérvios de Kosovo. Mas quem controla a mídia...
É de desanimar. Roberto Campos, um dos mais notórios entreguistas de que o país já teve notícia, foi escolhido para a Academia Brasileira de Letras. O mais impressionante: na cadeira de Dias Gomes, o anti-Roberto Campos. A situação merece atenção: atualmente Roberto Campos tem sido figura muito presente em noticiários, colunas de jornais e entrevistas de tv, o que só leva a crer que está avançando o processo de colonização do Brasil, que a cada dia "recruta" mais defensores.
Os detentores do poder ainda não se sentiram realmente ameaçados. Mas os recentes movimentos e protestos da oposição têm começado a surtir efeito. Talvez o maior proveito até agora tenha sido o efeito nas pessoas. Aumentaram entre a população as discussões, as críticas. Isso é positivo. As próximas ações da oposição terão mais força. Mas ainda é preciso melhora na abordagem, com menos radicalismo e mais propostas concretas.
O presidente argentino Carlos Menem deu muita dor de cabeça ao governo brasileiro no fim do seu mandato. Foram 3 tacadas em seqüência: - Pediu oficialmente a inclusão argentina na OTAN; - Apoiou a idéia americana de intervenção na Colômbia, oferecendo, inclusive tropas; - Tomou medidas protecionistas em relação a produtos brasileiros. Atitude racional, não fosse o fato de que ao mesmo tempo em que fecha suas fronteiras para os nossos produtos, escancara para os americanos. Contrariou com essas atitudes o candidato eleito à presidência argentina, o povo e os militares argentinos. Comenta-se que teria sido um último tributo de Menem aos EUA, acelerando a desestabilização regional. Os motivos de Menem, inconfessáveis. Os yankees agradecem. Para saber mais, veja a seção Geopolítica
A CPI do narcotráfico está alertando para a possibilidade de estar havendo uma tentativa de sabotar o SIVAM. As suspeitas se baseiam em um depoimento do traficante Antônio da Motta Graça, o "Curica". Segundo este, a tentativa de traficar drogas em aviões da FAB era iniciativa de norte-americanos com o objetivo de desmoralizar as forças armadas brasileiras e afastá-las do controle do SIVAM. Curica disse que o traficante John Michael White, envolvido no tráfico da FAB, era agente da agência anti-narcóticos dos Estados Unidos (DEA). O deputado Magno Malta (presidente da comissão) disse que o depoimento do traficante faz sentido e deve ser investigado, pois o mesmo deu informações detalhadas durante um depoimento reservado. Veja na íntegra.
Sobre a Ford na Bahia. O presidente da república anunciou a diminuição dos benefícios para a Ford se instalar na Bahia, dos inacreditáveis 5,8 bilhões para um montante um pouco menor (não deixando de ser demais). Já não bastassem os obscuros métodos políticos utilizados na escolha de sua localização, que quase geraram uma "briga de travesseiros" entre FHC e ACM (no fim tudo acabou em pizza, como não podia deixar de ser). Os benefícios incluem isenção de IPI e ICMS por vários anos, empréstimo do BNDES, entre outros. É inacreditável que o nosso governo, em época de desemprego, ainda ande na contra-mão. A Ford vai gerar apenas 5000 empregos diretos. Os setor automobilístico, emprega muito menos e contribui menos para nossas divisas do que outras centenas de setores nacionais que nem benefícios recebem, como a agricultura. É lamentável. (Valores e número de empregos partindo de dados do Governo Federal)
O governo federal conseguiu unir o útil ao agradável (para os partidos que apoiam FHC). Pois quando você lê "a Ford vai para a Bahia", devia-se ler também "a Ford não vai para o Rio Grande do Sul". O governo de Olívio Dutra (PT) hesitou um pouco a dar tantos benefícios para a Ford. O governo federal então aproveitou pra duas tacadas: amaciar ACM, e atacar Olívio Dutra. E esse foi apenas um dentre muitos ataques ao governo petista.
Não sei se os leitores concordam com nossa opinião. Foi simplesmente tocante a dedicação irrestrita de nossa imprensa (em especial a Rede Globo) ao desaparecimento e conseqüente morte de "John John" num acidente de avião. Inclusive dedicando em algumas edições quase 50% do noticiário ao fato, com direito a transmissões emocionadas de alguns âncoras. Pois é, altamente justificável, pois era um pessoa inestimável "que muito contribuiu para nossa sociedade e nosso país". (Desculpem o sarcasmo, não pude resistir.)
A OTAN (leia-se EUA) intervém maciçamente em Kosovo tentando posar para o mundo como defensora dos direitos humanos e da auto-determinação dos povos. "É inadmissível que no mundo de hoje ainda aconteçam brutalidades como as promovidas pelo regime Sérvio", palavras do próprio Bill Clinton. Enquanto isso, a Turquia (aliás, membro da OTAN) massacra a minoria curda, a China reprime o Tibet, a Indonésia submete e escraviza a população de várias ilhas de seu arquipélago, como fez no Timor Leste, sem falar no que ocorre na África. E aí, onde estão os "amigos yankees"?
Ponto para o Brasil. A EMBRAER foi o segundo maior exportador brasileiro, fechando o ano de 1998 com US$ 1,2 bilhão de vendas externas, sua carteira de encomendas totalizando US$ 18 bilhões, sendo US$ 7,5 bilhões relativos a ordens firmes e US$ 10 bilhões em opções (fonte: EMBRAER). Tem vencido gigantes mundiais nas concorrências da aviação regional, sendo um líder global nesse segmento. A chave desse sucesso: ter se concentrado no nicho de mercado certo com grande independência do exterior. A maioria dos componentes dos aviões são nacionais, sendo os projetos genuinamente brasileiros, concebidos por engenheiros brasileiros. Outro ponto positivo para a empresa foi o bom desempenho do AMX (utilizado pela Itália) no conflito em Kosovo. Por muito tempo o projeto foi criticado por "especialistas" de ocasião, que emitem análises favoráveis a quem pagar mais.
Por falar em especialistas de ocasião, nas últimas semanas têm sido focados na imprensa diversos artigos e pessoas "de grande cultura e conhecimento" pregando o fim do nacionalismo e do patriotismo. Alguns sutis, outros nem tanto, apoiados em diplomas, criticam toda e qualquer atitude governamental ou da sociedade que inspire o sentimento nacional. Gente como Roberto Campos (o líder da trupe anti-nacional). Muito do atual processo de destruição de nossa economia se deve a esses indivíduos, ferrenhos defensores da abertura econômica total sem precauções. O duro é que esses infelizes, que possuem colunas em jornais e ganham espaço em entrevistas de tv, influenciam e carregam outros junto, como algumas pessoas que sofreram no regime militar, levadas ingenuamente a crer que qualquer discurso em defesa dos interesses nacionais é exatamente o mesmo discurso da ditadura.
Foi revelado recentemente que, em Abril de 1998, o BNDES contratou por R$ 14 milhões quatro empresas de consultoria (pasmem) estrangeiras para avaliar e traçar os eixos estratégicos de desenvolvimento nacional. Senão absurdo, é simplesmente inacreditável. Desculpa do governo: não havia pessoal capacitado no país para fazer o trabalho. Esta afirmação conseguiu ser ainda mais ridícula que o ato. (fonte: o próprio BNDES)
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