Apesar disso, o Presidente da República da época, recebendo
pressão dos E.U.A., conforme foi noticiado, determinou a demarcação
do imenso território de 94000 km2 e, para cúmulo, deu a denominação
de “nação”, como se fosse possível haver outra
nação dentro da Nação Brasileira.
Esse ato, que afronta a soberania nacional, atendeu aos interessados na
internacionalização da Amazônia, que agora podem clamar
pela libertação do “povo dominado e espoliado” pelo BRASIL.
Já existem fatos concretos que demonstram claramente que tudo foi
obra de bem montada manobra internacional visando ao futuro desmembramento
da nossa Amazônia. A revista “A Defesa Nacional”, em seu número
do 2o trimestre de 1996, publica interessante artigo de autoria de Gilberto
Paim sob o título “Sobre a República Socialista Ianomâmi”,
no qual comenta:
“Há algum tempo, encontram-se em discussão específicos
da situação de algumas populações indígenas
na região Norte. Examina-se, em particular, a questão das
vastas extensões oficialmente definidas como terras indígenas,
em favor de grupamentos ianomâmis, nas reservas para eles deferidas
no Amazonas e em Roraima".
Podemos considerar ridículo o chamado “Governo da República
Socialista Ianomâmi”, formado no exterior, que tem como presidente
um cidadão americano, Mr. Charles Dunbar, nascido em Conneticut
e “naturalizado” ianomâmi. O vice-presidente é alemão,
e os ministros pertencem a várias nacionalidades. Faz parte do governo
um índio, Akatoa, supostamente de origem ianomâmi. Para completar
o ridículo, a República Socialista Ianomâmi tem um
“parlamento” composto de 18 membros. Não obstante seus aspectos
risíveis, o Brasil não pode ficar indiferente a iniciativas
como a dessa República que tem um governo no exílio.
Para completar a farsa, esse governo até emite passaporte.
O Governador Neudo Ribeiro Campos, de Roraima, em outubro de 1996, durante
o III Encontro Nacional de estudos Estratégicos, realizado no Rio
de Janeiro, mostrou um passaporte expedido pela “Nação Ianomâmi”,
demonstrando claramente que pretendem fazer com que o governo dessa “nação”
se apresente como um fato real, com vida própria.
Podemos afirmar que nada tem de ridículo a criação
desse “governo exilado”, pois tudo demonstra que está dentro de
manobra internacional, muito bem planejada e em plena execução,
visando a conseguir, ou pelo menos, a tentar apossar-se dos 94.000 km2,
em território brasileiro, ao qual somam-se outros 83.000 km2 na
Venezuela, totalizando 177.000 km2, pois, conforme preconizam os “verdes”,
deve ser mantida a unidade territorial indígena, e tudo seria facilitado
pela inexistência de linha divisória perfeitamente demarcada
na região.
Todos os atos demarcatórios parecem haver sido comandados do exterior,
contando com o apoio de entreguistas, que tudo facilitam para que sejam
feitas essas exageradas delimitações de áreas, onde
supostamente viveriam indígenas, através de simples portarias
do Ministério da Justiça, sem que tivessem sido ouvidos os
órgãos responsáveis, como o Congresso e o Conselho
de Defesa Nacional.
A
qualquer momento, pode ser desencadeada uma campanha, bem orquestrada,
pela independência dessa “pobre nação, subjugada e
explorada” , como alegarão, pela Nação Brasileira,
e isso terá pleno apoio da ONU e do Grupo dos Sete.
Que espera nosso Governo para eliminar essa manobra, anulando a denominação
de “nação”, conferida a essa descomunal reserva?
Atualmente o narcotráfico está permitindo uma grande ingerência
externa na situação interna da Colômbia, não
estando descartada a intervenção militar, como foi proposto
pelos E.U.A., por parte de um grupo de países, “vizinhos ou simplesmente
relacionados política e economicamente” (!?). A situação
de uma força militar dessa natureza na fronteira do BRASIL acarretará
problemas muito sérios, pois, em tal caso, esbarrarão com
as FARC que procurarem refúgio no lado de cá? A nossa guarnição
militar na região terá condições para garantir
a inviolabilidade do território nacional?
Uma ação dessas demonstraria a facilidade com que poderão
ser feitas outras, inclusive para apoiar a “independência”
da “República Socialista Ianomâmi”.