Editorial
Cinco séculos de história nos legaram um território
com oito e meio milhões de quilômetros quadrados. O povo brasileiro,
nesses quase quinhentos anos, sofreu, lutou (milhares morreram) mas o solo
pátrio se manteve intacto. Integro. Indivisível.
Quando agredidos, lutamos para conservá-lo, jamais para o aumentar. Exemplos? As guerras contra o invasor holandês e a guerra contra o invasor paraguaio. Nossa diplomacia, a uma época respeitada internacionalmente, vencia pela força dos argumentos. Lembremos a inteligência e a visão estratégica do Barão do Rio Branco. Quando acontecia o impasse, aceitávamos a mediação. Que grande potência poderia nos dar lições sobre direito ao território? Os Estados Unidos, com a anexação do Texas e as suas intervenções na América Central, até a criação artificial do Panamá? A França, com a Indochina e a Argélia? A Inglaterra, com o seu império onde o sol nunca se punha, conquistado a ferro e fogo? A Alemanha com a sua "teoria do espaço vital" e duas guerras mundiais? O Japão, com a Manchúria? Se avançamos sobre Tordesilhas foi porque, à época, o Brasil era colônia espanhola e, para os reis de Castela era mais prático que o avanço sobre a desconhecida Amazônia se desse a partir da calha do rio Amazonas do que ultrapassando as cumieiras dos Andes. Por ordem do rei, coube a nós, brasileiros, os sacrifícios imensos de ocupar e colonizar a maior floresta do mundo. Passado três séculos dessa epopéia, bastaram pressões de algumas ONG (guarde bem esta sigla ONG - Organizações Não Governamentais), apoiadas ostensivamente por governos e organismos financeiros poderosos para que, subservientemente, fossem esquecidos passado, história, glórias, heróis e orgulho nacional, e um pedaço (grande) do Brasil fosse cedido como Reserva da Nação Ianomâmi. |
Falta, agora, à Nação Brasileira, a grandeza
consubstanciada em governantes com a visão de estadistas; falta-nos
a Democracia traduzida por um Congresso destemido que saiba fazer respeitar
as suas prerrogativas; falta ao povo a segurança propiciada por
Forças Armadas capazes de dissuadir.
Não somos contrários à criação de áreas compatíveis que garantam a sobrevivência de grupos indígenas. Somos contra absurdos como o de dar a 8.000 índios uma área duas vezes maior que a do estado do Rio de Janeiro. Somos contra a loucura estratégica de se transformar uma faixa de fronteira em virtual "santuário" . E contíguo a outro "santuário" instalado em outro país. Somos contra o uso de sofismas para tentar justificar a desobediência à Constituição Federal. Somos contra o virtual reconhecimento de UMA NAÇÃO DENTRO DA NAÇÃO BRASILEIRA. Ao longo de 500 anos de história carregada de lutas, de sacrifícios, de brasileiros mortos, criamos a base física sobre a qual cresceu a NAÇÃO BRASILEIRA. Agora, num gesto de insensatez e contrariando o Passado, o governo dá o primeiro passo para entregarmos à sanha de poderosos interesses estrangeiros a Amazônia. A AMAZÔNIA NÃO!
E nem qualquer outro pedaço deste país continente que herdamos
de nossos antepassados.
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