Muito tem se
criticado o atual governo e de suas linhas de ação. Não
há como negar. O governo Fernando Henrique caminha para o fundo
de um abismo. Provavelmente a integridade nacional, em todos os sentidos,
não sobreviverá a mais 3 anos e meio dessa gestão,
nessa direção. Porém, muito em evidência também
estão as idéias de setores da oposição sobre
golpes, impeachments e outras alternativas ao atual sistema.
Radicalismos
à parte, a oposição tem toda razão em reclamar,
reivindicar. Algo deve ser feito. Não há mais como suportar.
Todos com real acesso à informação e com um pouco
de discernimento percebem que há algo errado, que algo deve mudar.
Agora,
é preciso que a oposição apresente idéias mais
concretas. A essência, o motivo da revolta, é justo. Mas radicalizar
nunca foi a melhor solução. Os setores radicais estão
com muito poder, e isso desagrada e afasta muitos aliados indispensáveis
a qualquer conquista. Muitas pessoas, de diversos setores, se assustam
com discursos radicais.
Analisemos
as 2 principais palavras de ordem da oposição radical: impeachment
e golpe. O ítem renúncia, deixo de lado, pois é pouco
provável. O presidente tem todo o apoio da parte maniqueísta
da classe política.
O impeachment,
de que adiantaria? FHC não detém o poder real. Outro assumiria
e continuaria, com respaldo das mesmas "forças ocultas", o desgoverno
iniciado.
Golpe,
revolução, só resultaria em mais caos, facilitando
aos aventureiros internacionais darem o golpe fatal no Brasil. A melhor
situação para uma tentativa estrangeira de influência
direta (econômica, política ou militar) é a instabilidade.
Lembrem-se, é tudo que "eles"querem para entrar na Amazônia
de vez.
É
preciso limitar o poder de FHC, ACM e seus aliados, forçando o governo
a mudar de rumo. Isso através de iniciativas da oposição,
movimentos populares e de classes. Assim evitaria-se que do país,
de sua cultura, economia e indústria restassem apenas destroços.
E manter o povo acordado, para com boas chances, na próxima eleição,
eleger um governo de oposição, com novas idéias, com
um mínimo de nacionalismo. Mas isso se a esquerda acordar e superar
suas desavenças. Caso contrário, nunca subirá ao poder.
E insisto
na idéia: radicalizar só facilita as coisas para a trupe
anti-nacional. Eles passam a ter apoio de gente honesta, poderosa,
que assustada com radicalismos e apelos à anarquia, fica em cima
do muro ou apoia a situação, o que acaba com as chances de
mudanças. É bom refletir sobre isso.