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Radicalismos à parte...
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- Rafael M. M. -
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      Muito tem se criticado o atual governo e de suas linhas de ação. Não há como negar. O governo Fernando Henrique caminha para o fundo de um abismo. Provavelmente a integridade nacional, em todos os sentidos, não sobreviverá a mais 3 anos e meio dessa gestão, nessa direção. Porém, muito em evidência também estão as idéias de setores da oposição sobre golpes, impeachments e outras alternativas ao atual sistema.
      Radicalismos à parte, a oposição tem toda razão em reclamar, reivindicar. Algo deve ser feito. Não há mais como suportar. Todos com real acesso à informação e com um pouco de discernimento percebem que há algo errado, que algo deve mudar.
      Agora, é preciso que a oposição apresente idéias mais concretas. A essência, o motivo da revolta, é justo. Mas radicalizar nunca foi a melhor solução. Os setores radicais estão com muito poder, e isso desagrada e afasta muitos aliados indispensáveis a qualquer conquista. Muitas pessoas, de diversos setores, se assustam com discursos radicais.
 
      Analisemos as 2 principais palavras de ordem da oposição radical: impeachment e golpe. O ítem renúncia, deixo de lado, pois é pouco provável. O presidente tem todo o apoio da parte maniqueísta da classe política.
      O impeachment, de que adiantaria? FHC não detém o poder real. Outro assumiria e continuaria, com respaldo das mesmas "forças ocultas", o desgoverno iniciado.
      Golpe, revolução, só resultaria em mais caos, facilitando aos aventureiros internacionais darem o golpe fatal no Brasil. A melhor situação para uma tentativa estrangeira de influência direta (econômica, política ou militar) é a instabilidade. Lembrem-se, é tudo que "eles"querem para entrar na Amazônia de vez.
      É preciso limitar o poder de FHC, ACM e seus aliados, forçando o governo a mudar de rumo. Isso através de iniciativas da oposição, movimentos populares e de classes. Assim evitaria-se que do país, de sua cultura, economia e indústria restassem apenas destroços. E manter o povo acordado, para com boas chances, na próxima eleição, eleger um governo de oposição, com novas idéias, com um mínimo de nacionalismo. Mas isso se a esquerda acordar e superar suas desavenças. Caso contrário, nunca subirá ao poder.
 
      E insisto na idéia: radicalizar só facilita as coisas para a trupe anti-nacional. Eles passam a ter apoio de gente honesta, poderosa, que assustada com radicalismos e apelos à anarquia, fica em cima do muro ou apoia a situação, o que acaba com as chances de mudanças. É bom refletir sobre isso.


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