1) A nova lei estabelecerá que nenhum governante poderá assumir dívidas que o governo não possa pagar. O que há de errado nisso?
2) Ela exigirá que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário gastem com pessoal no máximo 60% do seu Orçamento nos âmbitos estadual e municipal e 50% no âmbito da União. Qual é o problema de incluir os três Poderes numa norma tão elementar como essa?
3) O novo instituto legal demandará que os governantes prestem contas
à população - e não apenas aos tribunais de
contas - sobre o que fizeram com o dinheiro público, comprovando,
por exemplo, o
quanto reduziram
a mortalidade infantil, a repetência escolar e a criminalidade. Em
que isso atrapalha a vida do político-estadista?
O que deve estar atrapalhando os governantes renitentes é a perspectiva
de ter de passar de um ambiente de liberalidade anárquica para um
estado de liberdade democrática. Muitos políticos enxergam
"problemas graves" para suas carreiras, tais como os empecilhos que a nova
lei imporá aos atuais prefeitos e vereadores para abrirem os cofres
públicos na hora das campanhas para sua reeleição.
O Brasil precisa dar um basta ao festival de gastança e irresponsabilidade
que ainda impera numa grande parcela da política brasileira. Está
aí uma grande oportunidade para os membros do Congresso Nacional
mostrarem que estão realmente a fim de cuidar do dinheiro duramente
pago pelo contribuinte ao poder público.
Por isso, caro leitor, fique de olho. Observe quem está resistindo,
identifique seus correligionários e fuja de todos eles na hora de
votar. O voto é a única arma da qual você dispõe
no regime democrático. Use-a, portanto.