Capítulo do livro "Petrobrás: esse patrimônio é nosso." de Euzébio Rocha.
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Privatização ou Corrupção
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- Euzébio Rocha -
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    Quando se analisa a proposta do governo de vender as empresas estatais rentáveis, encontra-se a verdadeira razão da campanha de desestatização. Entre as 19 empresas listadas pelo governo, a maior parte - 12 empresas - é constituída por estatais lucrativas, das quais se destaca a USIMINAS, que foi, em 1988, a oitava estatal em lucro operacional, a quarta mais rentável e a sexta em receita. Apenas a Acesita está na lista das sete estatais que deram maior prejuízo no ano passado. Entre outras estatais altamente rentáveis incluída na lista das privatizáveis foram a PETROQUÍMICA UNIÃO  e a COPESUL, ambas do setor petroquímico.
    Alienar um patrimônio erguido com dinheiro público, com dinheiro do povo, privilegiando a iniciativa privada nacional ou estrangeira indiferentemente, já que na legislação específica não há nenhuma reserva para a empresa brasileira de capital nacional, significa ato lesivo ao interesse do país e do povo brasileiro, constituindo uma maior ameça à subordinação da economia nacional ao capital estrangeiro, já que os grupos econômicos internacionais é que terão recursos para assumir as maiores empresas. Trata-se de desestatização ou de desnacionalização?
    A decisão de vender certas empresas que, com o seu lucro, ajudam a financiar a exploração e produção de petróleo no Brasil, é da maior gravidade pelos efeitos desencadeados, entre eles o da redução de recursos para o setor  petrolífero, podendo comprometer o objetivo da auto-suficiência em petróleo ou, até mesmo o abastecimento atendido, plenamente, até hoje.
    Em 1984, foi amplamente divulgado pela imprensa, o arquivamento puro e simples de 240 processos que apuravam fraudes de todos os tipos, em bancos e instituições financeiras, representando centenas de trilhões de cruzados a beneficiar poucos em detrimento de muitos. É notório o número de bancos que foram estatizados, socializando os prejuízos e privatizando os lucros.
    Temos ainda o caso das empresas que por incompetência gerencial do setor privado, muitas em estado de insolvência, mas com padrinhos poderosos, obtiveram por favores inconfessáveis financiamentos indevidos, através do BNDES, por exemplo. Ao se tornarem inadimplentes, via judiciária, o controle acionário da empresa inviável economicamente é transferido ao Estado. Estas empresas não interessam à iniciativa privada. É por isso que o governo quer privatizar estatais rentáveis.


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